Conexão por fibra ótica abrange São Paulo e Rio de Janeiro.
São Paulo – A próxima investida da TIM em telecomunicações se dá por meio de rede de fibra ótica espalhada por São Paulo e pelo Rio de Janeiro. O serviço de banda larga Live TIM foi anunciado na manhã de hoje durante uma coletiva na qual jornalistas puderam degustar a conexão. Realmente impressionante: picos de 60 Mbps de dowstream e 31 Mbps de upstreamnos testes feitos por mim. O produto final destinado ao consumidor terá 25 Mbps por R$ 109,00 mensais.
Live TIM é o primeiro plano — por enquanto único — da nova operação para clientes residenciais. São 25 Mbps de downstream e 5 Mbps de upstream. Não há combos (como na Net ou na Vivo) nem venda casada com telefonia fixa (como na GVT). O único produto é o Live TIM. De acordo com a operadora, não há franquia mensal nem o temido traffic shaping que deixa o assinante sem acesso a protocolos como o BitTorrent.
MSAN do Live TIM: entra fibra ótica e sai cabo de cobre
A estrutura adotada pela companhia para distribuir a banda larga depende basicamente da fibra ótica em caixas de distribuição (chamadas de MSAN) que ficam bastante próximas dos clientes. O Live TIM deve estar a no máximo 400 metros da residência ou do prédio. De acordo com executivos da empresa, algumas concorrentes mantêm a distância mínima de 1,5 quilômetro, o que acaba por prejudicar a prestação de serviço. Afinal, quanto mais perto do cliente, melhor a conexão tende a ser.
Na casa do cliente chegará um cabo de cobre. O Live TIM tem um modem com função de roteador Wi-Fi, de fabricação da ZTE, para esta função. Além disso, ele distribui a conexão por meio de quatro saídas Ethernet tradicionais.
Roteador ZTE utilizado pelo Live TIM
Um dos problemas mais comuns de banda larga tende a ser diminuído com a arquitetura da rede da TIM Fiber. A empresa aposta num modelo com aneis de redundância em vez da tradicional estrutura de árvore. Caso um MSAN apresente problema, os dados podem fazer um percurso um pouco mais para chegar à residência do assinante.
A banda larga Live TIM só é possível porque a empresa de capital italiano
adquiriu a AES Atimus no ano passado. Com isso, herdou uma rede de fibra ótica com mais de 5 mil quilômetros no Rio e em São Paulo. A empresa que administra essa rede, chamada TIM Fiber, tem como principal cliente a própria TIM que atua no mercado de telefonia móvel. O presidente da divisão, Rogério Takayanagi, explicou que o segundo principal cliente são os assinantes domiciliares e pequenos negócios.
Clientes interessados no Live TIM podem
se cadastrar para testar o serviço de banda larga gratuitamente por um certo período. A partir de setembro eles começam a cobrar pela conexão. De acordo com executivos da empresa, não haverá fidelidade nem multa. Eles se dizem tão confiantes no produto que deixarão o cliente livre para procurar outra banda larga caso não fique satisfeito com o Live.
A TIM não informou quais bairros serão atendidos pelo Live TIM.
Parceria com Google, YouTube e outros sites
Outro ponto importante da coletiva foram as perguntas sobre o desempenho da banda larga. Em defesa da companhia, Takaynagi disse que o Live garante a velocidade de acesso anunciada. Entretanto, há de se diferenciar essa velocidade da velocidade de transporte — o problema da banda larga brasileira e mundial reside aí. A TIM promete trabalhar em parceria com gigantes da internet como
Google, YouTube, Facebook, UOL e Globo.com, entre outros, para que o acesso aos conteúdos de grande sucesso fornecido por essas empresas seja facilitado.
Para tanto o Live TIM utiliza o
caching, que nada mais é do que salvar um arquivo muito acessado num servidor local fisicamente mais próximo do assinante. Deve acontecer assim com atualizações vindas pelo Windows Update e filmes para a
Apple TV. Outro recurso empregado por eles, o CDN (a
Akamai é líder global neste segmento) identifica requisições para conteúdos em vídeo e automaticamente gera uma versão do arquivo mais adequada para o dispositivo em que o internauta faz o acesso — por exemplo, com resolução menor e
bitrate mais fraco quando a requisição vem de um celular.
E os problemas da TIM na telefonia móvel?
79 Mbps de downstream e quase 32 Mbps de upstream neste teste
TIM terá fibra óptica em metade de suas torres até o fim de 2014
A TIM está trabalhando para ter metade das suas torres celulares conectadas com fibra óptica até o fim de 2014, informa o presidente da TIM Fiber, Rogerio Takayanagi. A meta é ter fibra em sites de 42 cidades naquele ano, que representam 50% do seu tráfego e 70% do PIB brasileiro. Atualmente, 70% das estações radiobase (ERBs) da empresa no Rio de Janeiro e em São Paulo já são "fibradas", como diz o jargão do setor. Até o fim de 2012, a fibra óptica será levada para torres em outras dez cidades, dentre as quais estão Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza e Salvador. O investimento em infraestrutura está a cargo da Intelig, subsidária da TIM. A operadora possui cerca de 12,5 mil ERBs em todo o Brasil, de acordo com dados da Anatel referentes a abril.
A conexão via fibra óptica faz parte do plano de lançamento de serviços de quarta geração (4G) da TIM, que demandam maior capacidade de tráfego nas operadoras móveis. Para tanto, não basta trocar a antena da torre: é preciso investir na rede que interliga a ERB à sua central. Calcula-se que para uma torre 4G é necessária uma capacidade de pelo menos 300 Mbps, ou 100 Mbps para cada um dos três setores da ERB.
Torres instaladas em localidades distantes dos grandes centros, contudo, continuarão conectadas via microondas, pois neste caso o gasto em fibra não se pagaria.
A TIM também está investindo na ampliação do número de transmissores (TRX) em suas torres. Eram 157 mil em 2011 e serão 253 mil em 2014.
Backbone
Enquanto isso, a companhia segue expandindo seu backbone nacional de fibra óptica. Uma rede interligando Manaus a Fortaleza, com extensões para Macapá e Santarém, deve ficar pronta dentro de alguns meses. "Essa rede atravessa o rio Amazonas por cima, com duas torres da altura da Torre Eiffel em cada lado da margem, a uma distância de 4 km uma da outra", conta Takayanagi.